Onda de calor na Europa: guerra e crise desmobilizaram esforços contra mudanças climáticas

A onda de calor extremo que há uma semana vem causando temperaturas sem precedentes na Europa já provocou mais de mil mortes – e mais uma vez coloca o mundo sob alerta para a urgência no combate às mudanças climáticas.

“A Europa é só um um sinal de que isso já é uma realidade”, avalia Lincoln Muniz Alves, meteorologista do Inpe, em entrevista ao podcast O Assunto.

“A gente tem observado os treinos também no Japão na Austrália, e mais recentemente aqui no Brasil com as próprias chuvas extremas […] Então todos esses são sinais de que a mudança do clima já está impondo uma reflexão e chamado para uma ação imediata, seja da sociedade, seja dos tomadores de decisão para se adaptar a essa nova realidade.”

Nos Estados Unidos, o caráter urgente da discussão sobre o clima não impediu que o governo Joe Biden sofresse uma grande derrota nas tratativas com o congresso para tentar implementar o seu plano de combate as mudanças climáticas.

Esse já não é o primeiro revés na questão ambiental. No mês passado, a Suprema Corte reduziu o poder do governo para cortar emissões de carbono de centrais de energia – uma decisão que o jornalista Claudio Angelo considera “uma tragédia”.

“Em um momento em que a gente já tem uma desmobilização muito grande dos esforços de corte de emissões por conta da guerra da Ucrânia por conta da inflação, com mais e mais países correndo para aquilo que ele sabem fazer direito – que é extrair petróleo, carvão, esses combustíveis tradicionais para garantir segurança energética”, analisa Claudio, que também é coordenador de comunicação do Observatório do Clima.

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