Unificação do sistema de marcação de exames e consultas na rede pública corrige desigualdade entre usuários do interior e da capital

A reformulação do sistema de marcação de consultas e exames especializados, na rede pública, vai proporcionar a igualdade de oportunidade no agendamento de procedimentos, para usuários do interior e da capital. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, isso será possível porque, pela primeira vez, o sistema está funcionando unificado e automatizado. “O processamento de todas as solicitações feitas no dia ocorre ao mesmo tempo”, destacou.

Antes, as consultas e exames especializados eram agendados à medida que a solicitação era inserida no Sistema de Regulação (Sisreg), até o número limite de procedimentos ofertados naquele dia. Como o sistema é online, as unidades de Manaus levavam vantagem sobre as do interior nas solicitações de marcação, por contarem, por exemplo, com Internet de melhor qualidade e mais operadores do sistema.

Agora, os pedidos de consultas e exames estão sendo inseridos no sistema, pelas unidades solicitantes, até às 19h, e, à meia-noite, o Sisreg faz o processamento e a marcação automática. “Desta forma, independente do horário em que o pedido de agendamento for feito, todos os que forem inseridos no dia serão analisados ao mesmo tempo, respeitando um dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS), que é o da equidade”, explica o coordenador de Regulação do Interior, Roberto Maia Bezerra.

Prioridade no atendimento – Ele ressalta que a marcação automática combina vários critérios, mas o principal é a classificação de risco do paciente. “O que vai definir quem vai ter prioridade no atendimento não é mais quem acessar primeiro o sistema, mas sim, a condição clínica do paciente inserido. Se o paciente do interior tiver uma classificação de risco maior que o da capital, ele terá prioridade e vice-versa. Agora, estamos dando condições iguais para todos, como preconiza o SUS”, afirma Bezerra.

No interior, as solicitações de marcação são feitas, principalmente, nas unidades hospitalares dos municípios. Assim que for marcado o procedimento, o paciente é contatado pela unidade, informando-o sobre a data, horário e local do procedimento.

Capital – A reformulação do Sisreg, anunciada na semana passada pela Susam, procura enfrentar um problema que vem de anos, que são as filas na madrugada em frente às unidades que realizam procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidades, como as Policlínicas, Hospitais/Prontos-Socorros, Centros de Atenção Integral à Criança (CAIC), Centros de Atenção Integral à Melhor Idade (CAIMI) e Serviços de Pronto Atendimento (SPA). No caso do interior, o novo modelo também evita o deslocamento dos usuários até a capital, para conseguir marcar os procedimentos.

Agora, o paciente em atendimento em qualquer unidade que atenda pelo SUS e que precise de consulta ou exame especializados já fará, ali mesmo, a solicitação online, com equipe destacada para isso. Depois, receberá a confirmação e as informações necessárias, por telefone e mensagem de SMS. O novo modelo está em fase de testes por 90 dias, período durante o qual serão feitos ajustes, se necessário.

A medida, conforme explicou o secretário Francisco Deodato, faz parte do plano de reconstrução da saúde, executado pelo Governo do Amazonas. A principal mudança que está sendo feita, disse ele, é que as unidades da capital não terão mais seu próprio sistema de marcação de consulta, com distribuição de senhas. O processo passa a ser feito integralmente pelo Sisreg e no momento em que o paciente receber o encaminhamento médico. O que vinha ocorrendo antes, segundo Deodato, é que as unidades disponibilizavam, via Sisreg, apenas um determinado percentual das vagas. O restante era usado a critério de cada uma, prática que se consolidou em gestões passadas e que acabava por estimular a formação de filas.

Praticidade – No novo processo, todas as vagas disponíveis na rede pública, composta por unidades estaduais, municipais, federais, clínicas e laboratórios conveniados com o SUS, terão que ser lançadas no Sisreg. Isso vai facilitar a visualização integral da oferta dos procedimentos, dando maior transparência e total controle ao processo de regulação, promovendo, assim, a equidade entre os usuários. No Sisreg, a prioridade é definida por critérios próprios do sistema de regulação, que combinam ordem de chegada, urgência e a gravidade do paciente.

“É um programa criado para garantir o acesso do usuário ao SUS e não para restringir. As pessoas hoje têm desconfiança sobre o sistema, mas isso se deve ao fato de a rede de saúde local não ter se adequado ao modelo. É essa adequação que estamos buscando, desde que a atual gestão assumiu”, disse Deodato.

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