Algumas contas de água, luz e telefone já poderão ser pagas diretamente pelo Pix em novembro, quando o sistema for lançado. De acordo com o chefe de subunidade no departamento de competição e de estrutura do mercado financeiro do Banco Central, Breno Lobo, a expectativa é que, no médio prazo, o Pix seja obrigatoriamente ofertado como opção para pagamento das faturas.
“Já temos a informação de que algumas distribuidoras de água e energia entrarão no Pix já em novembro, quando ele for lançado, assim como as empresas da parte de telefonia, que vão ofertar o novo sistema tanto para o pagamento de faturas como para a recarga de celulares pré-pagos. Ainda não será a totalidade das empresas porque é um processo gradual, mas esse movimento já existe”, afirmou o executivo em evento promovido na última segunda-feira, 26) realizado pela Informa Markets.
O Banco Central já havia anunciado, em agosto, um acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizando que as contas de luz fossem quitadas usando o sistema de pagamentos instantâneos.
Na época, tanto o presidente do BC, Roberto Campos Neto, quanto o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, afirmaram que o Pix tem potencial para trazer grande eficiência para as distribuidoras de energia, uma vez que reduziria os custos operacionais das empresas – a queda que também poderia ser refletida nas tarifas cobradas.
Segundo Lobo, do BC, o movimento pode trazer uma maior capilaridade para os setores.
“Quando falamos de empresas de concessão pública, por exemplo, a maioria tem convênio com os grandes bancos e o cliente não consegue pagar a conta de água, luz ou telefone fora dessas instituições. Essas empresas também não enxergam vantagem de trazer fintechs para dentro porque o custo é alto e o resultado é marginal. O Pix conseguiria endereçar essas questões”, disse.
Fonte: Folha de S. Paulo