Uma pacata cidade na Islândia precisou ser totalmente evacuada após 1.400 tremores de terra chacoalharem a região em menos de 24 horas. Mais de 3 mil moradores precisaram sair às pressas de Grindavik, cerca de 60 km a sudoeste da capital, Reykjavik.
Entre eles, está a chef brasileira Jéssica Costa, de 31 anos, que vive na cidade há mais de 7 anos. Grávida de 7 meses, ela conta que preparava o chá de bebê de uma amiga, também grávida, quando os terremotos se intensificaram na sexta-feira (10).
“Os tremores começaram na quarta (8) de madrugada. O risco era que a cidade ficasse sem energia elétrica e água. Então o plano inicial era que teríamos 5 horas para pegar as coisas e deixar as casas. Mas os tremores ficaram muito fortes, e veio a ordem de evacuação imediata”, conta Jéssica.
Em entrevista ao g1, ela afirma que os tremores aconteciam com intervalos de menos de 30 segundos. “Nunca foi tão assustador”. No vídeo acima, Jéssica mostra alguns dos terremotos, que são causados pela passagem da lava debaixo da cidade e a movimentação das placas tectônicas.
A chef brasileira trabalha em um restaurante no spa termal Blue Lagoon (Lago Azul), uma das principais atrações turísticas do país com águas quentes vulcânicas. Seu marido é programador em uma empresa de tecnologia.
Jéssica e o marido pegaram roupas às pressas e foram para a capital, Reykjavik. No momento dos fortes tremores, o filho do casal, Cauê, de 15 anos, estava na capital, onde treina futebol em um clube. A família está alojada em um apartamento cedido pela empresa do marido.
“Algumas famílias estão alojadas em quartos ou em ginásios. O governo está auxiliando, mas as informações ainda são muito desencontradas”, conta a brasileira, que completa 32 anos na terça-feira (14).
Aos poucos, o governo do país está liberando os moradores para voltarem para casa, onde podem ficar por 5 minutos para pegar pertences. Mas ela não sabe quando chegará sua vez.
“Deixamos para trás todos os objetos de valor, todo o enxoval do bebê. Já consegui ver em transmissões ao vivo que nossa casa está de pé, mas não sabemos se há algum dano interno. Foi tudo tão às pressas que ficaram para trás coisas que achei que tinha pego”, afirma.
Jéssica conta ainda que não recebeu nenhum contato de autoridades brasileiras. E não sabe quando a vida voltará ao normal na região.
“Os tremores mais fortes passaram. Mas sentimos alguns aqui em Reykjavik”.
O Gabinete Meteorológico da Islândia informou, no sábado (11), que havia um risco considerável de uma erupção na península de Reykjanes por conta do tamanho da intrusão subterrânea de magma e da velocidade com que se movia.