Erdogan vence eleição na Turquia por uma estreita margem

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito neste domingo (28) para mais um mandato de cinco anos, após derrotar o líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu, por uma estreita margem de votos. Segundo a agência de notícias estatal Anadolu, com 99% das urnas apuradas, Erdogan obteve 51,2% dos votos, contra 48,8% de Kilicdaroglu.

A eleição foi a mais disputada dos últimos 20 anos na Turquia e representou uma ameaça ao governo de Erdogan, que está no poder desde 2003 e é acusado de autoritarismo e de reprimir a liberdade de expressão e os direitos humanos. O presidente enfrentou uma forte oposição de uma ampla coalizão de partidos que se uniram em torno de Kilicdaroglu, o líder do Partido Republicano do Povo (CHP), de centro-esquerda.

A campanha eleitoral foi marcada por acusações mútuas, fake news e distribuição de dinheiro. Erdogan se apresentou como o defensor da estabilidade, da segurança e do desenvolvimento do país, enquanto Kilicdaroglu prometeu restaurar a democracia, a justiça e o Estado de direito. O presidente também contou com o apoio do Partido do Movimento Nacionalista (MHP), de extrema-direita, que formou uma aliança com o seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de tendência islâmica.

O resultado da eleição tem implicações importantes para a Turquia e para o mundo. Erdogan terá mais poderes executivos graças à reforma constitucional aprovada em 2017, que transformou o sistema político do país de parlamentarista para presidencialista. O presidente também terá que lidar com os desafios econômicos e sociais que afetam a população, como a inflação alta, o desemprego crescente e a crise dos refugiados. Além disso, Erdogan terá que manter as relações diplomáticas com os Estados Unidos, a União Europeia, a Rússia e os países vizinhos, em meio a tensões regionais e conflitos internos.

Kilicdaroglu ainda não reconheceu a derrota e disse que vai esperar o resultado oficial do Conselho Superior Eleitoral do país. Ele também denunciou irregularidades no processo eleitoral e pediu aos seus apoiadores que fiquem vigilantes.

A missão de observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) deve divulgar um relatório preliminar sobre a eleição nesta segunda-feira (29).

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