Guerra na Ucrânia faz cinco meses em meio a avanço russo no leste e sem perspectivas de cessar-fogo

A invasão da Ucrânia pela Rússia completa cinco meses neste domingo (24). O conflito não tem perspectivas de um cessar-fogo e já é considerado o mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O confronto entre russos e ucranianos continua deixando um grande rastro de destruição e morte. De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas), 5.024 civis foram mortos e 6.520 ficaram feridos desde o início da guerra no Leste Europeu, no dia 24 de fevereiro. A maioria das mortes ocorreu nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, onde 2.951 civis morreram.

Em abril, as autoridades ucranianas localizaram cerca de 400 cadáveres de civis espalhados pela cidade de Bucha, a noroeste de Kiev. Alguns dos corpos foram encontrados com as mãos amarradas para trás, o que caracterizaria execuções por parte dos militares russos.

A Rússia nega todas as acusações vinculadas ao massacre na região e acusou a Ucrânia de “falsificar” as imagens.

Em cinco meses, a guerra deixou mais de 11,5 milhões de refugiados, e 6,3 milhões de pessoas precisaram se deslocar dentro do país, segundo a ONU. O Operational Data Portal afirma que 9.567.003 pessoas cruzaram as fronteiras da Ucrânia. A Polônia foi o país europeu que mais recebeu pessoas que fugiam dos ataques russos. O Exército russo continua com uma grande ofensiva na região leste da Europa e avançou no seu objetivo de conquistar toda a região do Donbass, que é constituída por Donetsk e Lugansk.

Foi na região leste que morreu o primeiro brasileiro que lutava na guerra da Ucrânia. André Hack Bahi, de 43 anos, perdeu a vida em meio a um combate contra forças russas. No começo do mês, os russos anunciaram a tomada da cidade de Lysychansk e agora prosseguem a investida contra cidades situadas mais ao oeste do país, mas ainda estão distantes da capital, Kiev.

Na ofensiva, a cidade estratégica de Mariupol, no sudeste do país, foi uma das mais devastadas pela guerra. O complexo industrial de Azovstal ganhou grande destaque por ser o último local de resistência na região.

Depois de meses de intensos combates, os russos conseguiram tomar Azovstal. Os cerca de 2.000 combatentes foram retirados aos poucos do complexo. Em maio, houve uma rendição na qual mais de 250 combatentes deixaram o local e viraram prisioneiros de guerra.

Várias empresas deixaram a Rússia após a invasão da Ucrânia. Entre elas, muitas abandonaram os investimentos feitos desde 1991, com a dissolução da União Soviética. O país deixou de contar com os serviços de grandes marcas, grifes e gigantes da tecnologia.

Neste último mês, a Ucrânia deu um grande passo em relação ao seu objetivo de fazer parte da União Europeia ao receber o status de país candidato, ao lado da Moldávia. O processo completo de adesão, no entanto, pode levar muitos anos para ser efetivado.

A Rússia e a Ucrânia respondem por 30% do comércio mundial de trigo, e a guerra entre os dois países dificultou a exportação do produto. Após meses de negociações com a ONU, os países assinaram acordos sobre a exportação de grãos e produtos agrícolas pelo mar Negro na última sexta-feira (22).




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