Jovem brasileiro é baleado na cabeça dentro de carro nos EUA

O brasileiro João Pedro Elisei Marchezani, de 23 anos, está há quase um mês internado em estado crítico após ter sido baleado na cabeça em Chicago, nos Estados Unidos. Segundo sua mãe, Monica Elisei Marchezani, a situação, totalmente gratuita, devastou completamente a família.

João estava com a namorada e uma amiga no banco de trás do carro de um amigo, indo a um bar, na madrugada de 5 de setembro, quando o motorista percebeu pelo retrovisor que eles estavam sendo seguidos por um motociclista armado. Com medo de um assalto, ele desviou e “fechou” o condutor da moto.

Logo depois, o motociclista reapareceu, acompanhado de uma segunda moto, onde estavam dois homens. O passageiro da segunda moto, armado, disparou oito tiros contra o carro onde estava o brasileiro. Apenas João foi atingido, com uma bala que entrou pela nuca e atingiu seu cérebro.

De acordo com Monica, os jovens estavam comemorando o novo apartamento que João e a namorada tinham acabado de alugar para morarem juntos. Eles tinham passado a tarde comprando objetos para o local e seu filho tinha cozinhado antes de saírem.

Há dois meses, ela, o marido e um filho mais novo se mudaram para Cleveland, em Ohio, e João permaneceu em Chicago, onde estuda robótica. Mas o casal estava na cidade justamente para conhecer o novo lugar onde o filho iria morar.

Suspeitos

Monica diz que a polícia já tem alguns suspeitos de terem cometido o crime e a investigação está avançando. Segundo ela, há muitas câmeras de vigilância na região onde João Pedro foi baleado e isso ajudou.

“Graças a Deus, quanto a essa parte, acreditamos que vá ser resolvido e a justiça será feita em breve”, afirma.

Acordado e assustado

“Nos contaram que ele chegou ao hospital acordado, lúcido, muito assustado. Ele sabia o que tinha acontecido com ele, e dizia que não sentia o lado esquerdo do corpo”, conta a mãe do jovem.

Os pais autorizaram a colocação de um dreno no cérebro, mas o procedimento não foi suficiente para reduzir o inchaço cerebral, e João foi submetido a uma cirurgia, na qual chegou a ter uma parte do crânio removida. Em seguida, foi colocado em coma induzido.

Desde então, tem lutado bravamente pela vida, enfrentando uma pneumonia, que já superou, e outras infecções. Foi nessa situação que, no dia 27 de setembro, completou 23 anos de vida.

“Devagarinho ele evolui bem. Saiu da UTI, na quinta-feira foi transferido para a unidade de trauma. Ainda está em situação crítica e corre risco de vida, mas evolui bem e não precisa mais de respirador”, comemora, com moderação, a mãe, que passa o dia todo no hospital ao seu lado desde o início de sua internação.

Ela enumera as dificuldades e progressos do filho e explica que os médicos ainda não conseguem prever o que pode ser temporário ou se transformar em alguma sequela.

“Ele não fala ainda, mas não se sabe se é pelo tempo que passou entubado. Mas conseguimos fazer leitura labial quando ele está mais calmo e menos cansado. Ainda não enxerga, mas seus nervos óticos não foram afetados. Não move o lado esquerdo, mas, pela minha fé, sei que vai mover”, diz, sempre buscando o lado positivo.

“Tenho fé de que vou levá-lo para casa”, garante, embora os médicos ainda considerem cedo falar em um prognóstico sobre sua recuperação.

Monica cita ainda uma curiosidade sobre o tratamento: grande fã do rapper Travis Scott, o filho reage todas as vezes em que ouve músicas dele. “Sempre coloco para ele, e ele se acalma quando escuta”. Ela diz que gostaria de, alguma forma, conseguir entrar em contato com o artista para falar sobre a situação e, quem sabe, conseguir gravar uma mensagem de apoio para João.

Despesas médicas

Passado o desespero inicial para salvar a vida do filho, a família começa a pensar nas despesas médicas, uma questão que causa muita apreensão nos EUA, onde os procedimentos são extremamente caros.

“O período de emergência, onde há risco de vida, o Medicaid cobre, depois a conta é nossa”, explica Monica, que acrescenta que o filho não tem seguro de saúde. “E sabemos que – em longo prazo – vai passar de milhões”.

“Os médicos já disseram, por exemplo, que temos que ter uma casa adaptada, e sabemos que vai haver uma longa recuperação física e neurológica, com muita fisioterapia também. Além disso, João não poderá trabalhar por um bom tempo”, lembra a mãe.

Um amigo da família criou uma campanha no site GoFundMe para arrecadar US$ 50 mil para despesas emergenciais, e o valor já foi quase alcançado, mas não será suficiente. O pai de João também disponibiliza uma conta (veja abaixo) e um amigo cadastrou uma chave PIX para receber doações vindas do Brasil.

Antonio Flavio Passos Marchezani CEF – AG: 3216 (OP:001) – C/C: 1157-7 CPF: 256.532.838-94

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