Wuhan celebra fim do isolamento que durou mais de dois meses

Milhares de chineses comemoraram com euforia, nesta quarta-feira, 8, o fim de mais de dois meses de confinamento em Wuhan, berço da pandemia de Covid-19, que não cede nos Estados Unidos e na Europa.

Em meio ao aterrador avanço do novo coronavírus, o mundo viu uma luz de esperança com as imagens de milhares de passageiros nas rodoviárias e estações de trem, alguns deles com roupas de proteção completa, em Wuhan, capital do província de Hubei, centro da China.

A China interditou a cidade central de 11 milhões de habitantes em 23 de janeiro, uma medida drástica que passou a simbolizar sua abordagem agressiva diante do vírus. Mais de 50.000 pessoas foram infectadas em Wuhan e mais de 2.500 delas morreram, cerca de 80% de todas as mortes do país, de acordo com dados oficiais.

Desde então o vírus se espalhou pelo mundo, contaminando mais de 1,4 milhão de pessoas, matando 82.000 delas e causando estragos na economia global, enquanto governos impunham isolamentos para conter sua disseminação. Embora a China tenha conseguido refrear sua epidemia de coronavírus, as medidas para contê-lo cobraram um preço econômico e social alto – nos últimos dias muitos moradores expressaram alívio, mas também incerteza e receio do risco persistente de infecções.

“Me levantei às quatro hoje. Me sinto muito bem!”, comentou Hao Mei, de 39 anos e natural de Enshi, uma cidade 450 quilômetros a oeste de Wuhan, antes de embarcar em um trem para reencontrar seus dois filhos. Por ter ficado presa em Wuhan no final de janeiro, ela teve de deixar os dois sozinhos por mais de dois meses.

Wuhan está voltando à normalidade aos poucos, já que as pessoas têm permissão de entrar desde 28 de março, mas as restrições permanecem. Os moradores foram orientados a não deixar Wuhan ou a província de Hubei, ou até mesmo seu bairro, a menos que seja absolutamente necessário.

Shoppings centers e o maior setor de compras da cidade, a rua Chu River e Han, reabriram em 30 de março. Filas longas, provocadas pela exigência de que as pessoas se mantenham a um metro de distância, se formaram nos supermercados, e alguns moradores aproveitaram o clima mais quente para retomar jogos de badminton ao ar livre e dançar.

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