Polícia prende sete torcedores suspeitos de racismo contra Vini Jr.

A polícia espanhola anunciou nesta terça-feira (23) a prisão de sete torcedores suspeitos de cometerem atos de racismo contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. Quatro deles são acusados de pendurar um boneco enforcado com a camisa do atacante em uma ponte em Madri, em janeiro deste ano. Outros três são acusados de insultarem o jogador com ofensas racistas durante o jogo do Real Madrid contra o Valencia, no último domingo (21), pelo Campeonato Espanhol.

Segundo a polícia, os presos têm entre 19 e 24 anos e podem responder por um “crime de ódio”, que prevê pena de até quatro anos de prisão na Espanha. Três dos detidos são “membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube de Madri”, que não foi identificado pela polícia. A investigação foi baseada em testemunhos e imagens de câmeras de segurança.

O caso do boneco enforcado ocorreu no dia 26 de janeiro, horas antes da partida entre Real Madrid e Atlético de Madrid, pela Copa do Rei. O boneco, vestido com a camisa número 20 do Real Madrid e o nome de Vinícius Júnior, foi pendurado em uma ponte sobre a rodovia M-40, uma das principais vias da capital espanhola. Junto ao boneco, havia uma faixa com a frase “Madri odeia o Real”, que é frequentemente usada por um dos grupos de torcedores do Atlético de Madrid.

Na ocasião, o Real Madrid emitiu uma nota oficial repudiando o “lamentável e repugnante ato de racismo, xenofobia e ódio contra o nosso jogador Vinicius”. O clube também pediu que fossem apuradas todas as responsabilidades dos envolvidos nesse “ato tão desprezível”. O Atlético de Madrid negou qualquer relação com o episódio e condenou qualquer forma de violência ou discriminação.

O caso dos insultos racistas ocorreu no último domingo (21), durante o jogo entre Real Madrid e Valencia, no estádio Mestalla, pela 37ª rodada do Campeonato Espanhol. Segundo a polícia, três torcedores do Valencia foram identificados e detidos por chamarem Vinícius Júnior de “macaco” quando ele se preparava para cobrar um escanteio. O jogador não reagiu às ofensas na hora, mas depois se manifestou nas redes sociais.

“Não vou me calar diante desse absurdo que aconteceu comigo. Não é possível que em pleno século XXI ainda tenhamos que conviver com esse tipo de coisa. Eu só quero jogar futebol e ser feliz, mas tem gente que não deixa”, escreveu Vinícius Júnior em seu perfil no Twitter. O jogador também disse que está cansado de sofrer racismo na Espanha e que pensa em deixar o país.

O Valencia também se pronunciou sobre o caso e afirmou que os três torcedores foram banidos do estádio Mestalla e que o clube não tolera nenhum tipo de discriminação ou violência. O Real Madrid expressou sua solidariedade ao jogador e reiterou seu compromisso com a luta contra o racismo no futebol.

Vinícius Júnior tem sido alvo frequente de ataques racistas na Espanha desde que chegou ao Real Madrid em 2018, vindo do Flamengo. O jogador costuma celebrar seus gols dançando, o que irrita alguns torcedores rivais. Em fevereiro deste ano, ele foi chamado de “macaco dançarino” por um comentarista esportivo espanhol, que depois pediu desculpas. Em março, ele recebeu mensagens racistas nas redes sociais após marcar dois gols na vitória do Real Madrid sobre o Liverpool pela Liga dos Campeões.

O racismo no futebol espanhol tem sido um problema recorrente nos últimos anos. Outros jogadores brasileiros, como Marcelo, Casemiro e Willian José, também já foram vítimas de ofensas racistas por parte de torcedores ou da imprensa. Além disso, jogadores negros de outras nacionalidades, como Samuel Eto’o, Dani Alves e Mouctar Diakhaby, também já sofreram discriminação na Espanha.

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