Artesãos de Manaus inovam e criam pochetes em formato de peixes amazônicos: as ‘peixetes’

Buscando criar um produto inspirado em elementos regionais, o casal de empreendedores Luzimere Damasceno e Francisco Oliveiras desenvolveu peças inusitadas que se tornaram sucesso nas redes sociais em Manaus: as pochetes em formato de peixes amazônicos, apelidadas de “peixetes”.

Além das pochetes, há ainda almofadas, carteiras e chaveiros com o desenho de diferentes peixes da Amazônia. A piranha, jaraqui, e o matrinxã são algumas das espécies que dão forma aos itens.

A ideia surgiu há mais de quatro anos, e partiu de Francisco, que também é designer. Ele e a esposa trabalham no ramo tem mais de uma década e juntos fundaram uma loja de artesanato, a “Arte Nativa da Amazônia”.

Luzimere conta que, a princípio, ficou relutante com uma eventual rejeição dos clientes aos itens com formatos de peixes.

“O meu marido que deu a ideia. Ficava pensando; ‘será que alguém vai querer comprar uma bolsa de peixe?’. Então, achei melhor não [fazer], mas, por insistência, ele fotografou o peixe e desenhou no computador. Ajustou para o formato de costura. Como era a primeira vez, não deu muito certo e acabei desistindo”, relata.

Tudo mudou quando a mãe de Luzimere decidiu levar a bolsa em uma viagem ao seu município de origem, Autazes, no interior do Amazonas.

“Quando ela voltou e me disse que a bolsa estava despertando curiosidade nas pessoas e que todo mundo ficava perguntando onde ela tinha comprado, nós ficamos muito felizes. Por conta disso, decidi voltar a fazer e aprimorar para outros formatos, como carteira e estojo. Foi quando comecei a perceber que esses produtos faziam sucesso, não só para o público daqui de Manaus, mas para o público de fora”, contou.

Entre os turistas, Luzimere relata que os produtos se tornaram uma atração à parte.

Segundo ela, grande parte das vendas aconteciam em feiras da cidade, que deixaram de acontecer devido a Covid-19.

“A gente ficou muito apreensivo. As feiras são de onde tiramos nosso recurso. A gente ficou pensando o que íamos fazer, tentando elaborar máscaras e fomos um dos primeiros a ter a iniciativa de confeccionar a proteção”, disse.

Como a venda das “peixetes” não estava tão boa, o casal precisou se reinventar com a venda de máscaras durante a pandemia, o que gerou sustento durante esse período. Para conseguir vender, eles precisaram usar mais ainda as redes sociais e também contar com a ajuda de instituições parceiras.

“Foi o que nos salvou. Deu uma parada no projeto. Tivemos que nos adaptar. Não só nós artesãos, mas acredito que em todos os setores, tivemos que nos adaptar à essa realidade. A gente precisava vender, precisava expor, fomos para as redes sociais”, lembrou.

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