Nos últimos dias, repercutiu em toda a internet o caso do suicídio de uma jovem, supostamente vítima de uma fake news publicada por uma página de fofoca de grande fama na rede. Ela foi acusada de ser caso amoroso de um comediante brasileiro e, após a onda de comentários negativos, acabou tirando sua vida.
A grande responsabilidade dos veículos de comunicação atualmente está quase nula, tornando-se isentos de qualquer dolo que possam causar a qualquer um que seja alvo do assunto de suas matérias.
Essa situação revela uma crise ética e moral que afeta a sociedade contemporânea, que valoriza mais a aparência do que a essência, mais a opinião do que o conhecimento, mais o entretenimento do que a informação.
O assunto chegou até os jornais das grandes emissoras, como Jornal da Band, Jornal do SBT, e virou pauta política para aqueles que defendem a veracidade de conteúdos e prezam pela responsabilidade dos respectivos administradores dessas mesmas páginas.
No entanto, a questão não é apenas legal, mas também filosófica. O que é a verdade? Como podemos conhecê-la? Qual é o papel da razão e dos sentidos nesse processo?
Para o filósofo francês Jean-Paul Sartre, um dos expoentes do existencialismo, a verdade é uma construção humana, que depende das escolhas e das ações de cada indivíduo. Ele afirmou que “o homem é condenado a ser livre; condenado, porque não se criou a si mesmo; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo o que faz.”
Essa responsabilidade implica escolher e agir de acordo com os nossos valores, sem se deixar levar pela opinião alheia, pela moda ou pelo lucro. Implica também em respeitar o outro como um ser livre e digno, não como um objeto de manipulação ou de exploração. Podemos dizer que o valor do ‘like’ é relativo, e que o custo da fama na internet no século 21 pode ser muito alto, tanto para quem produz quanto para quem consome os conteúdos.
Por isso, é preciso ter consciência, crítica e ética na hora de compartilhar, comentar ou curtir uma informação. Afinal, a verdade e a responsabilidade são valores que devem nortear a nossa existência, e não apenas a nossa presença online.
