Influencer do AM poderá visitar capivara em centro até animal ser devolvido à natureza, diz Ibama

Animal, que era criado pelo influencer em fazenda no interior do Amazonas, foi entregue ao Ibama e ficará aos cuidados de analistas e técnicos habilitados do órgão.

O influencer Agenor Tupinambá vai poder visitar a capivara “Filó”, no Centro de Triagem de Animais Silvestre (Cetas), em Manaus, até que ela seja devolvida à natureza, segundo o Ibama. O influenciador entregou o animal na quinta-feira (27), após nove dias tentando reverter a decisão do órgão ambiental.

O tiktoker, que ficou conhecido por mostrar, nas redes sociais, a rotina com a capivara, foi multado pelo Ibama em mais de R$ 17 mil. Ele foi denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal. Agenor também foi notificado a retirar todas as publicações feitas com os animais de seus perfis nas plataformas digitais.

Segundo o Ibama, uma equipe foi até a fazenda onde Agenor mora e propôs a soltura do animal nas proximidades de Autazes. No entanto, a família do influenciador afirmou que o bicho poderia se tornar alvo de caçadores da região e concordou em levar a capivara ao Centro de Triagem, que fica na capital.

Nos braços de Agenor, a capivara foi transportada em um avião de Autazes, a 113 quilômetros da capital, até o Aeroclube de Manaus, onde agentes do Ibama aguardavam. Em seguida, “Filó” foi conduzida pelos fiscais até o Centro de Triagem.

O órgão informou que a capivara ficará aos cuidados de analistas e técnicos habilitados, e poderá ser visitada por Agenor, até que se encontre um local adequado para que ela seja devolvida à natureza.

Uma das opções é que o animal fique em uma Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral com o mínimo de presença humana, gerida e cuidada pelo ICMBio, em que há a incidência da espécie.

“Ficando assim em ambiente natural e verdadeiramente livre para cumprir suas funções ecológicas de alimentação, convivência em bando, dispersão de sementes, reprodução e outras”, diz a nota do Ibama.

A capivara criada pelo influenciador Agenor Tupinambá ganhou repercussão na mídia em fevereiro deste ano, quando o fazendeiro viralizou nas redes sociais, ao mostrar a rotina com Filó e outros animais silvestres.

Passados dois meses, ele foi multado pelo Ibama em mais de R$ 17 mil e denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal.

O tiktoker passou a receber apoio de seguidores, personalidades e políticos, incluindo da deputada Joana Darc, que também tem mobilizado as redes sociais em torno do assunto.

Depois da repercussão, o Ibama se manifestou na quarta-feira (19), afirmando que “animal silvestre não é pet”.

Agenor tinha um prazo de seis dias para entregar a capivara às autoridades. O limite expirou na segunda (24).

O que a lei diz

O Ibama notificou o influencer com base no Decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). O artigo 33 destaca que é proibido “explorar ou fazer uso comercial de imagem de animal silvestre mantido irregularmente em cativeiro ou em situação de abuso ou maus-tratos”.

Segundo o Ibama, Agenor foi multado por práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais.

“Por mais que algumas pessoas queiram cuidar de animais silvestres, quando os encontram na natureza, é necessário entender que eles não são animais domésticos, como cães e gatos. Capivara e bicho-preguiça são animais silvestres. Criar ou manter esses animais em casa é proibido pela legislação brasileira”, disse o órgão, após a repercussão do caso.

Compartihe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
E-MAIL

Veja também: